Não me abandone jamais (filme)


Ficha Técnica
Título original: Never let me go
Elenco: Carey Mulligan, Isobel Meikle-Small, Keira Knighthley
Direção: Mark Romanek
Gênero: Ficção; Drama; Romance
Estréia: 18 de Março de 2011
Baseado na obra de Kazuo Ishiguro
Duração: 103 minutos (1 hora e 43 minutos)
Indústria Cinematográfica: Universal Pictures
Classificação: 4/5


De fato, faz um bom tempo que não posto nada aqui, mas ao terminar de assistir ao filme me veio o pensamento de que não posso deixar de compartilha-lo com mais alguém, e aqui estou eu: fazendo mais uma resenha.
Esta é uma estória fictícia, daquelas que leva o espectador a pensar e repensar, antes de conseguir entender realmente o seu contexto. Trata sobre uma garota que vive em um orfanato junto com seus amigos e que, mais tarde, terá um segredo revelado que mudará todo o ponto-de-vista da trama. Devo parabenizar o autor pela sua grande criatividade. Diferentes crianças que, assim como todos nós, possuem diferentes personalidades e problemas. Fiquei encantada com a atuação dos atores e atrizes mirins, que conseguiram realmente "cair" em seus personagens e interpreta-los muito bem. 
O personagem de Kathy, a protagonista, acredito eu, sendo o mais difícil a ser interpretado, porque considero que todos os sentimentos da trama - que por sinal são fortes - estão focalizados nela. 
Um dos pontos que me chamou atenção foi a personalidade da mesma, também. Sabendo-se que em dias atuais nem mesmo as crianças possuem mais "almas angelicais", o que fez com que eu me sentisse muito bem foi ao observar que esta criança, ao contrário das muitas outras - inclusive as que convivem com ela - é de uma meiguice encantadora. É pura, sem maldade. Uma pequena garotinha sofrendo por causa do primeiro amor... Uma menina que, como qualquer outra, quer ser mulher logo, que é curiosa pra saber como que é o mundo lá fora - que todos falam - por não conhecê-lo[...]. 

INICIO DOS SPOILERS



É incrível também que, assim como a bondade pode ser tão bem representada e observada - por mais fora do comum que seja em dias atuais - a maldade também pode ser. Considerei este um aspecto muito intrigante, se não me engano o principal que é discutido pelo autor: o conflito entre o bem e o mal. 
Durante boa parte do longa fiquei me questionando por qual motivo teria Ruth escolhido logo Tommy para ser o seu namorado. Este detalhe pode até ser visto como "inútil", mas foi para mim a parte mais bonita do filme. Porque até então, a personagem de Keira estava me dando nos nervos por toda a sua maldade, e a de Carey também, por toda a sua delicadeza. Mas então eu entendi. Primeiro pensei, óbvio, que Ruth invejava a sua amiga, depois pensei que ela seria lésbica, não sei... Mas então, é mais do que isso. Ela tinha medo. E por um segundo sequer, me esqueci de todas as maldades que ela tinha feito com a Carey - a qual eu tinha, anteriormente, tomado todas as dores - como sendo a mais cruel, tomando-lhe a oportunidade de ser feliz em seu breve tempo relativo de vida. Seria esta a concepção de amizade nos dias atuais? Mas não, Carey não era má porque era ciumenta ou invejosa, mas sim porque tinha medo. E sim, claro que ela errou, mas quem não teria? Todo esse enredo é uma estória muito louca e que eu mesma mal consegui entender até agora ao certo, porque não sei que tipo de seres humanos "cria" outros seres humanos (porque querendo ou não, eles são) apenas para serem uma espécie de "reserva". Toda essa idéia é muito assustadora. Em quem afinal, poderia se confiar? Deve ser horrível já se nascer com uma data pré-destinada a morte. Por fim, decidi acreditar que Ruth, na verdade, seria apenas como uma boneca de porcelana: mas frágil que Carey. E então senti pena dela, de verdade. E me imaginei no lugar dela. Por estes e outros fatores, essa história mexeu tanto comigo. Me fez rever algumas crenças e ideias que possuo sobre fatos da vida, inclusive o relacionamento interpessoal dos humanos. Mas, sem dúvidas, gostei.



FIM DOS SPOILERS

Também devo prestigiar os cenários, repletos de paisagens e fundos muito bonitos, além da escolha dos personagens que acredito que tenham - todos, sem exceção - se encaixados muito bem para o papel. Talvez esta não seja uma história sobre o amor, mas que fala sobre o amor de diferentes formas (prefiro acreditar assim).


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